CRÍTICA: No Olho do Tornado
Into the Storm
89 minutos - Ação - 2014 (Estados Unidos)
Roteiro: John Swetnam
Direção: Steven Quale
Elenco: Richard Armitage, Matt Walsh, Sarah Wayne Callies
Em 1996 Jan De Bont nos trouxe Twister, que embora não fosse um grande
filme contava uma história divertida e com personagens que nos prendia
um pouco a atenção. 18 anos depois surge nos cinemas esse No Olho do
Tornado, cuja proposta é bem semelhante ao longa da década de 90 porém
pior em todos os aspectos.
Como em todo filme de ação descartável
temos apenas caricaturas de personagens. Na equipe de cientistas há o
veterano obcecado por tornados que entra em conflito com uma
pesquisadora (a rivalidade conhecimento X intuição/experiência) e o
cinegrafista que tem muito medo e está no projeto por dinheiro. Para
completar o
pai, que em busca do filho mais velho rebelde tem o papel de herói, e
uma dupla de caipiras que corre atrás de tornados, servindo como alívio cômico.
Os diálogos
são chatos e expositivos, tornando ainda mais óbvio como será a cena
seguinte. Por exemplo: quando um determinado personagem dá a outro um pendrive, diz que ali existem informações vitais que salvarão vidas no
futuro e sai do abrigo, todos sabemos que ele tentará um ato heróico e
qual será seu destino final.
O diretor Steven Quale tenta simular
em muitas cenas filmagens amadoras através da visão dos personagens que
ali utilizam filmadoras e celulares, algo que se torna ridículo muitas
vezes. Perdendo a verossimilhança, quando o artefato capta conversas
distantes ou filma longas sequências sem tremer ou balançar, mesmo em
meio a tanta tensão! Outro aspecto a ser destacado aqui é o
posicionamento dos atores (personagens), que por vezes parecem estar
próximos dos tornados e despreocupados,
conseguem prever suas mínimas mudanças de direção.
Chegamos
então ao único ponto mais interessante do filme: os efeitos especiais.
Se não são inovadores ao menos funcionam muito bem, e claro, trazem os
poucos bons momentos do projeto. A cena na qual o tornado passa por um
aeroporto lançando os aviões pro ar é sensacional! Pena que a interação
dos personagens com o desastre não siga o mesmo princípio...
Tão
incompetentes, os realizadores não conseguiram, mesmo com cenas durante
os créditos, chegar a 90 minutos de projeção. E diferente do longa de 1996 sobre furacões, este filme não nos traz muito entretenimento, saindo de nossa memoria com velocidade maior do que a dos tornados exibidos nele.
Adriano Cardoso