segunda-feira, 23 de julho de 2012

CRÌTICA: Sombras da Noite



Dark Shadows
113 minutos - Comédia/Terror - 2012 (Estados Unidos)
Roteiro: Seth Grahame-Smith
Direção: Tim Burton
Elenco: Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Bella Heathcote

A parceria Tim Burton – Johnny Depp já rendeu grandes filmes como Edward Mãos de Tesoura, Ed Wood e Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet. Dessa vez eles tentaram fazer algo um pouco diferente, uma comédia sobre filmes de terror, e o resultado ficou bem aquém do que podíamos esperar.

Em 1752, Barnabas Collins (Depp) rompe um relacionamento e quebra o coração da bela Angelique (Eva Green). Esta que acabara de se tornar bruxa, mata os pais do rapaz, o transforma num vampiro e faz com que seu novo amor cometa suicídio. Por fim, o enterra vivo... Collins acaba sendo libertado em plena década de 70 devido a uma obra no local. Agora ele volta para a mansão de sua família, reencontra novos parentes e tenta ajudá-los a se reerguer, além de ter que lidar novamente com a vingativa e inconformada Angelique...

Os atores parecem se divertir em seus papéis, embora as atuações não passem de caricaturas. Helena Bonham Carter, no papel da Dra Julia Hoffman, uma psiquiatra que está sempre bêbada, Michelle Pfeiffer (Elizabeth Collins) a sensata, grande mãe e matriarca da família, e claro Depp, como o vampiro deslocado no tempo e que se sente mal por tirar a vida das pessoas e esta a procura de seu antigo-novo amor.

A trama é diferente e a princípio interessante. Entretanto o filme não funciona bem, oscilando entre comédia, e alguns momentos de terror. Nestes as cenas são “aveludadas” como aquela na qual Barnabas ao sair do caixão mata os operários ao seu redor, sem emoção ou peso dramático. Na continuação desta um momento cômico que funciona: o personagem de Depp é surpreendido pela luz de um M gigante, e faz uma referência errada e engraçada. Sim, temos momentos engraçados: a cena romântica entre Barnabas e Angelique no escritório, com a trilha sonoro adequada e fazendo referências a outros filmes de vampiros, e a cena final que soa como uma brincadeira a outros exemplares. Aliás, o ponto forte do filme são as  referências cômicas a outras obras, por exemplo O Exorcista e Exterminador do Futuro II. Mas no geral embora o objetivo seja esse, ninguém acaba rindo muito. Muitas cenas não têm a mínima graça, incluindo as diversas na qual o protagonista se mostra completamente deslocado no tempo.


A trilha sonora é um caso a parte. Nos faz mergulhar e reviver a década de 70. Com um repertório muito bem escolhido do clássico You’re the First, the Last, My Everything de Barry White, passando por The Killers e The Carpenters até Alice Cooper. Que num dos melhores momentos do filme participa de um show, interpretando a si mesmo.

Excelência no que diz respeito a direção de arte nos filmes de Tim Burton é uma redundância em seus outros filmes, e neste caso não é diferente. Alguns personagens e cenários têm um estilo gótico característico, enquanto outros, algo mais alegórico. Destaque para a mansão da família Collins, que magnífica e exuberante passa a idéia da fortuna e poder que um dia já tiveram. A cena da festa, na qual vemos os personagens mergulhados em sombras e Angelique chegando num carro, de vestido e com batom vermelhos vivo é magnífica.

No fim das contas, embora tenha uma premissa original, e um brilho na parte técnica, este filme fica à sombras das parcerias anteriores Burton-Depp, iludindo e sugando o dinheiro dos fãs da dupla.

 

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