Dark Shadows
113 minutos -
Comédia/Terror - 2012 (Estados Unidos)
Roteiro: Seth Grahame-Smith
Elenco: Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Bella Heathcote
A parceria Tim Burton – Johnny Depp
já rendeu grandes filmes como Edward Mãos
de Tesoura, Ed Wood e Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua
Fleet. Dessa vez eles tentaram fazer algo um pouco diferente, uma comédia
sobre filmes de terror, e o resultado ficou bem aquém do que podíamos esperar.
Em 1752, Barnabas Collins (Depp)
rompe um relacionamento e quebra o coração da bela Angelique (Eva Green). Esta
que acabara de se tornar bruxa, mata os pais do rapaz, o transforma num vampiro
e faz com que seu novo amor cometa suicídio. Por fim, o enterra vivo... Collins
acaba sendo libertado em plena década de 70 devido a uma obra no local. Agora
ele volta para a mansão de sua família, reencontra novos parentes e tenta ajudá-los
a se reerguer, além de ter que lidar novamente com a vingativa e inconformada
Angelique...
Os atores parecem se divertir em
seus papéis, embora as atuações não passem de caricaturas. Helena Bonham Carter,
no papel da Dra Julia Hoffman, uma psiquiatra que está sempre bêbada, Michelle
Pfeiffer (Elizabeth Collins) a sensata, grande mãe e matriarca da família, e
claro Depp, como o vampiro deslocado no tempo e que se sente mal por tirar a
vida das pessoas e esta a procura de seu antigo-novo amor.
A trama é diferente e a princípio
interessante. Entretanto o filme não funciona bem, oscilando entre comédia, e
alguns momentos de terror. Nestes as cenas são “aveludadas” como aquela na qual
Barnabas ao sair do caixão mata os operários ao seu redor, sem emoção ou peso
dramático. Na continuação desta um momento cômico que funciona: o personagem de
Depp é surpreendido pela luz de um M gigante, e faz uma referência errada e
engraçada. Sim, temos momentos engraçados: a cena romântica entre Barnabas e
Angelique no escritório, com a trilha sonoro adequada e fazendo
referências a outros filmes de vampiros, e a cena final que soa como uma
brincadeira a outros exemplares. Aliás, o ponto forte do filme são as referências cômicas a outras obras, por
exemplo O Exorcista e Exterminador do Futuro II. Mas no geral embora o objetivo
seja esse, ninguém acaba rindo muito. Muitas cenas não têm a mínima graça,
incluindo as diversas na qual o protagonista se mostra completamente deslocado no
tempo.
A trilha sonora é um caso a
parte. Nos faz mergulhar e reviver a década de 70. Com um repertório muito bem
escolhido do clássico You’re the First,
the Last, My Everything de Barry White, passando por The Killers e The Carpenters
até Alice Cooper. Que num dos melhores momentos do filme participa de um show,
interpretando a si mesmo.
Excelência no que diz respeito a
direção de arte nos filmes de Tim Burton é uma redundância em seus outros
filmes, e neste caso não é diferente. Alguns personagens e cenários têm um
estilo gótico característico, enquanto outros, algo mais alegórico. Destaque
para a mansão da família Collins, que magnífica e exuberante passa a idéia da
fortuna e poder que um dia já tiveram. A cena da festa, na qual vemos os
personagens mergulhados em sombras e Angelique chegando num carro, de vestido e
com batom vermelhos vivo é magnífica.
No fim das contas, embora tenha
uma premissa original, e um brilho na parte técnica, este filme fica à sombras
das parcerias anteriores Burton-Depp, iludindo e sugando o dinheiro dos fãs da
dupla.
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