terça-feira, 20 de janeiro de 2015

CRÍTICA: Whiplash: Em Busca da Perfeição


Whiplash
106 minutos - Drama - Estados Unidos - 2014
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco: Miles Teller, J.K.Simmons, Melissa Benoist, Paul Reiser

A história gira em torno de Andrew Neyman (Miles Teller) um estudante de música que, como é revelado desde a primeira cena do filme, treina incessantemente para se tornar um grande baterista de jazz. Acaba sendo recrutado pelo professor Terence Fletcher (J.K. Simmons), para uma orquestra de jazz que compete em concursos contra outras universidades.

Miles Teller compõe de forma fantástica um rapaz isolado e sem amigos, cujo mundo parece ser apenas o jazz, não vemos ele tendo prazer ao escutar ídolos ou indo em bares ou shows, apenas treinando até seus dedos sangrarem para impressionar seu professor. Andrew é um personagem complexo, de forma que mesmo após as agressões sofridas por Fletcher, não fica contra ele, e é capaz de magoar as poucas pessoas ao seu redor com o intuito de poder crescer mais como baterista.  

Enquanto isso, J.K. Simmons numa atuação fantástica, sendo forte candidato a todos os prêmios que disputar, cria um personagem multidimensional,  que embora possa ser caracterizado como antagonista age daquela maneira pois acredita ser este o jeito certo de fazer as pessoas ultrapassarem suas barreiras, ao passo que também é capaz de momentos sensíveis como ao receber um determinado telefonema, ou na cena em que cumprimenta carinhosamente um amigo e sua filha , sendo que no momento seguinte começa um ensaio provocando violentamente os músicos, seus alunos. 

O embate entre ambos sempre move a trama, nos prendendo do começo ao fim. Graças sobre tudo a atuação da dupla de protagonistas e ao estreante e promissor diretor Damien Chazelle que desde o início mostra uma direção segura e competente. Onde ainda sem imagem ouvimos o som da bateria, a câmera atravessa um corredor foca no protagonista que treina , até ser interrompido por uma figura, cujo plano de apresentação, mostrando seus pés e então suas costas,  já faz com que nos sintamos intimidados até haver o primeiro embate entre os personagens, introduzindo os espectadores ao âmago de seu filme. 

Uma determinada cena mostra o talento do diretor estreante: Andrew pega o telefone e faz uma ligação. A câmera centrada mostra o personagem que vai do centro para a esquerda da tela. O foco não muda a câmera não o acompanha, ficamos ali como observadores, e apenas pelo modo como o personagem parece mais distante e pouco importante na tela, sabemos qual será o resultado da conversa. 

Sempre uma nota à frente do espectador, Whipash: Em Busca Da Perfeição, nos mantém tensos a todo instante, nos fazendo improvisar nossas emoções e superando nossas expectativas, alterando o rumo da história dentro de uma música, e sendo o final a metáfora para uma nova vida.


Adriano Cardoso








Nenhum comentário:

Postar um comentário