Intrusos (Intruders)
100 min – Suspense- 2012 - Estados
Unidos /Espanha
Roteiro: Nicolás Casariego, Jaime
Marques
Direção: Juan Carlos
Fresnadillo
Elenco: Clive Owen, Carice
van Houten, Izán Corchero
O filme tem um começo
promissor, e eficaz ao criar uma boa cena de terror introdutória na qual um
garoto e sua mãe falam sobre um conto de terror e têm que lidar com uma ameaça
que ambos não entendem, passado em algum lugar da Espanha. Em seguida vamos
para uma cidade da Inglaterra, onde conhecemos uma família, e observamos sua
pacata vida até que a filha pequena encontra um caderno dentro de uma árvore
falando sobre uma entidade misteriosa... Clive Owen interpreta o pai da garota,
e faz um bom trabalho. Com muita naturalidade mostra veracidade em sua relação
com a menina, e a forte união entre ambos. A trama do filme é fraca, boba e com
muitos furos, embora exista uma revelação muito interessante que mesmo assim
não o salve do fracasso, culminando num final bobo que faz jus ao restante da
projeção.
Jogos Vorazes (The Hunger Games)
142min – Ação - 2012 - Estados
Unidos
Roteiro: Gary Ross, Suzanne
Collins, Billy Ray
Direção: Gary Ross
Elenco: Jennifer Lawrence, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Josh
Hutcherson, Woody Harrelson
Jogos
Vorazes (The Hunger Games, 2012) Baseado no livro de mesmo nome, o filme mostra
uma competição que acontece anualmente envolvendo dois jovens, uma garota e um
garoto, de cada região da fictícia Panem, obrigados a lutar até que apenas um
sobreviva. Merece destaque por ser uma ácida crítica a estas porcarias de reality show que apenas deixam as
pessoas mais burras e ignorantes, a exemplo de Big Brother e A Fazenda.
A banalidade da violência é uma mostra de que não há limites para estes
programas, que chegam inclusive a ilustrar como as regras podem ser mudadas em
função da audiência. A história é razoavelmente bem conduzida, mas a direção de
Gary Ross é horrorosa, falhando em criar suspense em todas as cenas nas quais
ele tenta, como por exemplo aquela na qual a protagonista alveja uma maçã ao
invés do alvo de treinamento, surpreendendo a todos os presentes, menos a
platéia do filme. Essa deficiência torna tudo muito previsível, tirando o
impacto esperado de muitas cenas.
Lola (LOL)
97 min – Comédia/Drama/Romance
- 2012 - Estados Unidos
Roteiro: Liza Azuelos, Kamir
Aïnouz
Direção: Lisa Azuelos
Elenco: Miley Cyrus, Demi
Moore, Douglas Booth, Ashley Greene
No início de um novo
ano escolar, Lola (Miley Cyrus), tem que lidar com o término do namoro ao mesmo
tempo em que começa a enxergar seu melhor amigo de forma diferente. Enquanto
isso sua mãe Anne (Demi Moore) precisa apoiar a filha e lidar com o
relacionamento em segredo que mantém com o ex-marido. Refilmagem do filme
francês de mesmo nome de 2008, LOL (Laughing Out Loud) , que não vi. Este Lola
mostra uma trama boba que começa no nada e termina em lugar algum. O roteiro é
tão ruim que precisa fazer uso de flashbacks referentes a cenas quase sem importância
para preencher noventa minutos de projeção. Cyrus precisa seguir a careira de
cantora apenas, onde talvez seja boa (não conheço seu trabalho), por que não
tem qualquer vocação pra atuar. A diretora insiste em muitos raccords visuais que intercalam momentos
íntimos da mãe, e da filha. O ponto alto do filme
é sua trilha sonora, de You Can’t Always
Get What You Want do Rolling Stones,
passando por I’m Gonna Love You Just a
Little Bit More, Babe de Barry White, até Somewhere Only We Know do
Kane.
Some Guy Who Kill People (Ainda sem título official no Brasil)
142min – Comédia/Suspense - 2012 - Estados Unidos
Roteiro: Ryan A. Levi
Direção: Jack Perez
Elenco: Kevin Corrigan, Barry
Bostwick, Karen Black
Um fracassado de
trinta e quarto anos recém saído de uma instituição para tratamento
psiquiátrico, vive com sua mãe e trabalha numa lanchonete local, enquanto
alguns crimes extremamente violentos e misteriosos começam a acontecer na
cidade. Embora o início seja promissor, com um sonho em preto e branco do
protagonista, e a forma como o mesmo parece reagir ao mundo (alienado e sem se
importar muito com nada), conforme o filme progride vai se tornando mais
desinteressante. Muito se deve às tentativas de tiradas cômicas que sempre
falham. Isso inclui mudar completamente as atitudes de alguns protagonistas na
tentativa de nos fazer rir. Cito como exemplo o xerife que sendo pressionado
pela resolução do crime oscila entre preocupado, não dando a mínima e tentando
ser engraçado. Tudo acaba soando como um teatrinho de escola. O protagonista
também age dessa forma, porém em menor escala. Há uma reviravolta, que não faz
muito sentido e para ser aceita é necessário que se cubra diversos furos no
roteiro. O filme não foi lançado comercialmente por aqui, e mesmo se fosse
duvido que alguém veria.
Os Crimes de Snowtown
(Snowtown)
119 min – Drama - 2012 - Austrália
Roteiro: Shaun Grant, Justin Kurzel
Direção: Justin Kurzel
Elenco: Lucas Pittaway, Daniel
Henshall, Louise Harris
Baseado em fatos
reais, inicialmente somos introduzidos a uma família no interior da Austrália
cujos três filhos mais novos sofrem abuso nas mãos de um vizinho, num dia em
que este toma conta delas. Após o episódio um grupo de moradores se reúne e
liderados por Jonh Bunting, levantam outros casos de abusos cometidos na região
e começam a organizar planos para retaliar os agressores. Bunting passa a ter
uma participação maior na família, após iniciar um relacionamento com a mãe dos
garotos, embora não tenha a aprovação do filho mais velho. Os outros três começam
a se apegar a nova figura paterna, especialmente do protagonista, Jamie (Lucas
Pittaway, numa performance fantástica). È sob a perspectiva do rapaz que somos
conduzidos o restante do filme. Os personagens são muito bem trabalhados. Jonh
surge amoroso e carinhoso com as crianças, e parece ser o amor por eles que o
motiva a ir atrás dos molestadores... Com o tempo vamos percebendo que talvez
isso seja apenas uma desculpa, e o personagem mostra-se cada vez mais
assustador. O diretor consegue conduzir muito bem os atores, incluindo as
crianças, e com muito realismo nos traz uma história aterrorizante, fazendo um
belíssimo filme. O único aspecto negativo diz respeito à direção de arte, que
acaba se atrapalhando com as locações e não deixa claro onde ocorrem algumas
cenas. Em muitas delas temos dificuldade para nos situarmos.
Taxi Driver (Taxi Driver)
119 min – Drama - 1976 – Estados Unidos
Roteiro: Paul Schrader
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Harvey Keitel
A tela toda
enfumaçada no início da projeção é justamente uma referência à mente do
protagonista. Travis Bickle (De Niro, em atuação fenomenal) é um veterano de
guerra que tem uma vida extremamente solitária, e devido a não conseguir dormir
resolve trabalhar como taxista doze horas por dia, de tardezinha até de manhã. Vemos a transformação do sujeito que sem
conseguir se relacionar socialmente vai transformando-se num maníaco, uma bomba-relógio
pronta pra explodir. O longa é uma
grande crítica a sociedade preconceituosa e que possuí indivíduos perigosos tanto para o mundo quanto para eles próprios.
A trilha sonora em acordes de jazz é maravilhosa por combinar tão perfeitamente
com a cidade de Nova York, e ao criar uma tensão constante e crescente, sendo
responsável por nos instituir uma agonia dando a impressão de que uma tragédia
está sempre prestes a acontecer. Scorsese
já mostra neste filme uma direção segura e brilhante, incluindo aqui o momento
embaraçador de Travis que ao telefone tenta se desculpar com a garota pelo
último encontro fracassado, no qual a levou para ver um filme pornográfico.
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