quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Crítica: Lucy

 
 

Lucy
89 minutos – Ação - França- 2014
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Scarlet Johansson, Morgan Freeman, Amr Waked, Analeigh Tipton.

 
Lucy é um filme de ação com ritmo alucinante,  visual magnífico, direção eficiente e roteiro problemático.

A trama tem início quando a protagonista (Johansson) se envolve em uma confusão e acaba obrigada a trabalhar como mula no tráfico de uma nova droga, que será transportada dentro dela. Após ser atacada por alguns homens o pacote se rompe, fazendo a substancia entrar em contato com sua corrente sanguínea, sendo que quanto mais a droga percorre seu corpo, mais funções cerebrais a heroína adquire, tendo consciência de que deve correr contra o tempo para achar uma cura, antes que morra.

 

As explicações sobre as transformações que a moça sofre são elucidadas pelo professor Norman (Freeman) enquanto o mesmo dá uma palestra sobre a utilização do cérebro pelos humanos e outros animais. O personagem age como um narrador durante o primeiro ato do longa, situando o expectador e tentando justificar algumas das mudanças observadas por nós. Mas se no início as transformações são sutis e interessantes, com o passar do tempo as habilidades adquiridas parecem muito mirabolantes e as transformações finais são absurdas demais para serem creditadas à “capacidade de utilização do cérebro”

Como em La Femme Nikita e O Quinto Elemento, outros trabalhos do diretor com uma forte protagonista feminina, este Lucy é carregado de sequencias de ação, e sempre em cadência acelerada, retratando a necessidade da urgência para que a heroína consiga se salvar. Luc Besson alterna estas cenas com outras documentais, o que torna o filme visualmente bonito, mas que nem sempre funciona, como o momento no qual são mostrados felinos caçando numa savana, enquanto a protagonista chega ao hotel no primeiro momento de tensão.

 

O roteiro tem muitos problemas e imposições que são realizadas para fazer a trama andar. Por que razão Lucy recebe um pacote de drogas dentro dela, se tudo leva a crer que essa “encomenda” seria entregue dentro de Hong Kong mesmo, e não de outro destino como nos casos das outras mulas que vão pra Europa? Se ela de certa forma aceitou isso, por que motivo é vigiada e trancada num outro porão? Além disso existem outros aspectos do roteiro que são deixados de lado, como por exemplo o destino do médico que insere o pacote nas mulas, e que recebe tanta atenção no primeiro ato, mas que depois não aparece mais e nem é citado.

Culminando com um desfecho bobo, executado para deixar os espectadores mais felizes, Lucy é um passatempo interessante, que poderia ser mais do que isso se houvesse um cuidado maior com a trama e com a história narrada.

 
 
Adriano Cardoso

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