Crítica: Lucy
Lucy
89 minutos – Ação - França- 2014
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Scarlet Johansson, Morgan Freeman, Amr Waked, Analeigh Tipton.
Lucy é um filme de ação com ritmo alucinante, visual magnífico, direção eficiente e roteiro problemático.
A
trama tem início quando a protagonista (Johansson) se envolve em uma
confusão e acaba obrigada a trabalhar como mula no tráfico de uma nova
droga, que será transportada dentro dela. Após ser atacada por alguns
homens o pacote se rompe, fazendo a substancia entrar em contato com
sua corrente sanguínea, sendo que quanto mais a droga percorre seu
corpo, mais funções cerebrais a heroína adquire, tendo consciência de
que deve correr contra o tempo para achar uma cura,
antes que morra.
As
explicações sobre as transformações que a moça sofre são elucidadas
pelo professor Norman (Freeman) enquanto o mesmo dá uma palestra sobre a
utilização do cérebro pelos humanos e outros animais. O personagem
age como um narrador durante o primeiro ato do longa, situando o
expectador e tentando justificar algumas das mudanças observadas por
nós. Mas se no início as transformações são sutis e interessantes, com o
passar do tempo as habilidades adquiridas parecem
muito mirabolantes e as transformações finais são absurdas demais para
serem creditadas à “capacidade de utilização do cérebro”
Como em La Femme Nikita e
O Quinto Elemento, outros trabalhos do diretor com uma forte protagonista feminina, este
Lucy é carregado de sequencias de ação, e sempre em cadência
acelerada, retratando a necessidade da urgência para que a heroína
consiga se salvar. Luc Besson alterna estas cenas com outras
documentais, o que torna o filme visualmente bonito, mas que
nem sempre funciona, como o momento no qual são mostrados felinos
caçando numa savana, enquanto a protagonista chega ao hotel no primeiro momento de tensão.
O
roteiro tem muitos problemas e imposições que são realizadas para
fazer a trama andar. Por que razão Lucy recebe um pacote de drogas
dentro dela, se tudo leva a crer que essa “encomenda” seria entregue
dentro
de Hong Kong mesmo, e não de outro destino como nos casos das outras
mulas que vão pra Europa? Se ela de certa forma aceitou isso, por que
motivo é vigiada e trancada num outro porão? Além disso existem outros
aspectos do roteiro que são deixados de lado,
como por exemplo o destino do médico que insere o pacote nas mulas, e
que recebe tanta atenção no primeiro ato, mas que depois não aparece
mais e nem é citado.
Culminando com um desfecho bobo, executado para deixar os espectadores mais felizes,
Lucy é um passatempo interessante, que poderia ser mais do que isso se houvesse um cuidado maior com a trama e com a história narrada.
Adriano Cardoso
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